INTRODUÇÃO (MAIS DO QUE) NECESSÁRIA,
por Nuno Rau (da redação).
Pra começar, peço sinceras desculpas a meus amigos Pertur-Bardos e aos nossos 3,5 seguidores fiéis (3,5 porque o quarto não é tão fiel assim...). O que está sendo publicado aqui é resultado da minha desistência. Resisti o mais que pude aos apelos do Betão, mas ele é meu vizinho e, depois de perceber que os Pertur-Bardos passaram da fase do blá-blá-blá para a ação caótico-desorganizada, fazendo blog, parceria, pensando em CD, DVD, pondo a banca de camelô em qualquer lugar onde o “rapa” não passa, mudou sua atitude crítica e irônica e passou a me pedir insistentemente uma vaguinha em qualquer lugar aqui nos Pertur-Bardos. Vocês não imaginam o que é ter um marmanjo espreitando pelos corredores o tempo todo... Como ele não é um dos nossos, no dom mais criativo, performático, coletivo e amistoso da palavra, não sabia o que fazer a respeito até lhe conceder esta “coluna” fixa no blog, o que espero que meus amigos perdoem...
É preciso explicar um pouco quem é o Betão. Roberto Vladimir Adão Blat-Blat é ex-pitboy, ex-pegador de barangas no Baixo Leblon, ex-bucha da galera do colégio, ex-desocupado. Ex-desocupado porque seus pais (Vladimir Blat e Petúnia Blat, que são primos em primeiro grau, o que explica o sobrenome duplicado do rapaz e talvez outras de suas características marcantes), cansados de verem seu rebento não fazer nada pra ninguém, forçaram o rapaz a cursar uma Faculdade, qualquer uma, e aí ele se decidiu, depois de muita pressão, corte de mesada, corte da batata frita no jantar e outras represálias, pela Faculdade de Letras, por 3 motivos básicos:
a. achou que seria uma das mais fáceis, afinal o pessoal fica lendo umas baboseiras e bastaria mandar uma ‘embromation’ pra passar direto;
b. é cheia de mulher, o que lhe dava uma excitante expectativa de ficar pegando umas barangas desavisadas durante o curso;
c. os caras que cursavam “aquela merda” (segundo ele...) eram “todos viados” (segundo ele...) e aí “sobrava mulher na parada....” (segundo ele...).
O fato é que, a duras penas e ao longo de 12 longos anos ele freqüentou os corredores, lanchonetes, banheiros e (às vezes) salas de aula da faculdade – e desconfio que só “venceu” no cansaço: os professores não agüentavam mais e queriam se ver livres daquela mala que sempre se achou o máximo, o rei da cocada preta (e do quindim e da queijadinha também), o bambambã da esquina, mas nunca conseguiu ser aprovado em matéria alguma que não fosse em grupo, quando ele ameaçava os colegas caso não colocassem seu nome, mesmo ele não tendo feito nada, usando sua longa prática de pitboy. Então, acho que rolou um acordo no corpo docente e aprovaram ele em tudo com a nota mínima e agora ele está aí, com seu diploma debaixo do braço...
(Flagrante do Betão "assistindo" muito concentrado a aula de Teoria Literária)
Como se não bastasse, o cara é descendente do sábio italiano Luciano Patteta, o que deu a seus desesperados pais um sonho acalentado por anos (agora definitivamente enterrado) de que ele pudesse produzir algum pensamento que prestasse....
Enfim, formado e sem saber o que fazer, o Betão me pediu pra escrever uma coluna de crítica literária aqui no blog, porque essa zona aqui é o único lugar que aceitaria textos de quinta categoria como o dele. Deste modo, depois desta longa explicação, segue a coluna do meu vizinho. Desculpa aí, galera!